• Segunda-feira, 15 de abril de 2013 - 17h08

Paris - O sabor da cerveja sozinho, mesmo sem
qualquer efeito alcoólico,
ativa o sistema de recompensas do cérebro, revela um estudo publicado nesta segunda-feira.
ativa o sistema de recompensas do cérebro, revela um estudo publicado nesta segunda-feira.
Neurologistas da Universidade de Indiana pediram a 49
homens
que escolhessem beber entre sua cerveja favorita e um isotônico
, tipo de
bebida utilizada por quem pratica esportes, enquanto seus
cérebros eram
escaneados por uma tomografia por emissão de pósitrons (PET).
O objetivo foi observar a dopamina, elemento químico em
uma área do cérebro
denominada estriado ventral, que dá a sensação de
recompensa.
A cerveja foi racionada em minúsculas porções - apenas
15 mililitros ou uma colher
de sopa a cada 15 minutos - de forma que o cérebro
pudesse ser escaneado
sem a influência tóxica do álcool.
Apenas sentir o gosto da cerveja ativou os receptores de
dopamina e
este efeito foi maior do que no caso do isotônico, mesmo que muitos
voluntários
tenham dito preferir o gosto de refrigerantes, afirmaram os
cientistas.
O efeito da dopamina foi significativamente maior entre
os
voluntários com histórico familiar de alcoolismo, explicaram.
"Nós acreditamos que esta é a primeira experiência
em humanos
a demonstrar que apenas sentir o sabor de uma bebida alcoólica,
sem
qualquer efeito intoxicante alcoólico, pode trazer à tona a atividade
da
dopamina nos centros de recompensa do cérebro", afirmou David Kareken,
professor
de neurologia que chefiou os experimentos.
A dopamina tem sido há muito tempo associada ao forte
desejo
de uma substância, havendo evidências anedóticas que sugerem que pode
\ ser ativada pelo som, pela visão ou pelo cheiro de um bar.
Consequentemente,
os cientistas se concentraram em técnicas para evitar ou
minimizar estes
gatilhos. Enquanto isso, especialistas em farmacologia estudam
tratamentos para
bloquear a resposta das células à dopamina.
O estudo, publicado no periódico
Neuropsychopharmacology
, provocou respostas contraditórias em especialistas
externos.
Alguns consideraram o estudo inovador, enquanto outros
consideram que foi muito
restrito e muitos ficaram intrigados com o fato de uma
conexão familiar com o alcoolism
o ter sido vinculada com uma resposta maior da
dopamina.
"Sabemos que a exposição a estas recompensas
condicionadas às veze
s é o gatilho que induz dependentes químicos em
abstinência a sofrer recaída",
disse Dai Stephens, professor de psicologia
experimental da Universidade britânica de Sussex.
"Entender o mecanismo por trás das diferenças nas
consequências
deste tipo de condicionamento entre indivíduos com e sem riscos
de sofrer de alcoolismo poderia apontar caminhos para reduzir esses
riscos", acrescentou.
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